domingo, abril 23, 2006

Ausência

Andei desaparecida . Estou sem secretária há 23 dias. Fico meio perdida, pois detesto fazer " certas tarefas". Mila e Mari tiveram a virose que ronda a Fortaleza que dizem que é bela. Perdi de passar os feriados na serra, terei outras oportunidades. A pressão subiu... e tive que ir duas vezes na emergência no Monte Klinikum. Meu médico cardiologista que também é meu anjo da guarda, já me atendeu. Fiquei a semana toda fazendo exames vários e comecei uma dieta séria , já marquei a acupuntura ,fico mais relax para conseguir a dieta. O computador também pifou. Estou de volta, já já resolvo tudo. Empregada a vista, as meninas já estão boas, só falta equilibrar a pressão e controlar a gula.
Tenho uma surpresa a caminho que vai me deixar muito feliz, mas só posso falar daqui a alguns dias, vocês também vão gostar.
Jonas me deu uma alegria, arranjou um tempo e resolveu conhecer o blog.

sábado, abril 22, 2006

Para quem é pai/mãe e para aqueles que o serão...
Texto de Affonso Romano de Sant'Anna

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos seus
próprios filhos. É que as crianças crescem independentes de nós, como
árvores tagarelas e pássaros estabanados. Crescem sem pedir licença à vida.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada
arrogância.Ma! s não crescem todos os dias de igual maneira. Crescem de repente.

Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal
maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela
criatura. Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não
percebeu? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de
aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do Maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e
desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca,
esperando que ela não apenas cresça, mas apareça! Ali estão muitos
pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes sobre patins e
cabelos longos,soltos. Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas,
lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração: incômodas
mochilas da moda nos ombros.Ali estamos, com os cabelos
esbranquiçados. Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar,
apesar dos golpe! s dos ventos, das colheitas,das notícias, e da ditadura
das horas. E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo
com nossos acertos e erros. Principalmente com os erros que esperamos
que não repitam.

Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos próprios
filhos. Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas.
Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvir sua alma
respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os
adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, pôsteres,
agendas coloridas e discos ensurdecedores. Não os levamos
suficientemente ao Playcenter, ao Shopping, não lhes demos suficientes
hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas
que gostaríamos de ter comprado. Eles cres! ceram sem que esgotássemos
neles todo o nosso afeto.

No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos,
bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscina e amiguinhos.

Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os
pedidos de chicletes e cantorias sem fim. Depois chegou o tempo em que
viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era
impossível deixar a turma e os primeiros namorados.

Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre
desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".
Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando
muito (nessa hora, se a gente tinha desaprendido, reaprende a rezar)
para que eles acertem nas escolhas em busca de felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a
hora do carinho ocio! so e estocado, não exercido nos próprios filhos
e que não pode morrer conosco. Por isso os avós são tão desmesurados
e distribuem tão incontrolável carinho. Os netos são a última
oportunidade de reeditar o nosso afeto. Por isso é necessário fazer
alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.

Aprendemos a ser filhos depois que somos pais. Só aprendemos a ser
pais depois que somos avós..."

sábado, abril 01, 2006

Parabéns!

Acordei devagarinho, agradeci a Deus por tantas maravilhas. Abri as janelas e o sol forte me fez fechar os olhos com sua energia e infinita claridade. As plantas estão lindas e o buganville preguiçoso está cheio de flores. Em seis anos é a segunda vez que fica assim enfeitado me deixando muito alegre. Durante anos William me pediu para não cultivar essa planta, ela lembrava para ele a sua babá que se fora e que lhe trazia lembranças tristes, atendi seu pedido, mas um dia qualquer, resolvi que não dava mais... e nunca mais deixei de ter buganville. Hoje ele me ajuda a cuidar das plantas com carinho.
Primeiro de abril, aquele menino cabeludo e inquieto que recebi nos meus braços, tão novinha, sem experiência, insegura muitas vezes, hoje completa 36 anos. Muito tempo que não comemoramos juntos. Dois anos em Recife, um ano em Curitiba, seis anos em São Paulo. É sempre o tempo... Por mais que tenha escutado tantas vezes "mãezinha, a distância não importa, quantas pessoas estão na mesma cidade e não se encontram, as vezes na mesma casa". Hoje estou mais fraca, deixei que o choro lavasse meu rosto durante muito tempo, aguei as plantas e me lembrei duma frase que ouvi essa semana : "Deus se manifesta de várias maneiras, Ele é também jardineiro e quando a gente chega no jardim, já tem ido embora, mas estão lá as suas pegadas". E entre as lágrimas procurei as suas pegadas e agradeci por esse menino homem, verdadeiro, afetuoso, responsável, tão querido por todos nós. Dificil é me acostumar com sua vida de executivo. Ultimamente resolvi "tentar" resolver as coisas sem consultá-lo, seu tempo é tão corrido... mas se ouve minha voz, começa as perguntas "o que foi? está preocupada? me diga"
Daqui a pouco estou melhor. E quando telefonar não vai descobrir que chorei muito com saudade, esta saudade que tem tantas cores, que sempre é diferente, tantas vezes é de alegria, mas hoje ela veio diferente talvez vermelha que é a cor que menos gosto e como vc nunca passa por aqui, não vai tentar me acalmar, explicar a dinâmica do tempo.
Te amo muito, muito, muito e é por isso que o coração arde e pesa nestas horas. Deus te abençõe e cubra de graças essa família de todos nós.
Parabéns meu filho. Deus te abençoe.