segunda-feira, novembro 12, 2007

Outubro terminou com muita alegria. Margarete chegou na madrugada nos trazendo a Mari caçula, para a festa surpresa que prepararam para Nildinha que comemorava os seus setenta anos no dia trinta. A festa foi linda e nos divertimos muito. Sempre essas surpresas paulistas, nos deixam cheios de alegria e são momentos de agradecimentos a Deus. Mari , está mais sabida, fala explicado e gosta muito de cantar. Está muito entusiasmada porque vai levar as alianças da Mariana e do João.Foi com Margarete na costureira para fazer a prova do vestido de dama, quando voltou perguntei:
- Mari como foi ?
- É segredo vovó.
-Margarete: Mari você tem segredo para vovó?
Sorriu , me abraçou e falou no meu ouvido; vovó sabe o que é, fiquei parecida com uma pincesa
e agora pecisa arranjar um pincipe prá mim"
Jonas foi apanhá-los no aeroporto e perguntou: Mari,
como está a família de Fortaleza e ela, me fale primeiro da sua daqui.
Continuo correndo contra o tempo, estou muito ocupada. Lucas está melhorando do refluxo, passou a tomar leite de soja e está com uma dieta como experiência. Está engatinhando, mas o que está querendo mesmo aprender é a andar. Continua muito alegre, sorri prá todo mundo e tentamos compreender o seu dialeto.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Taíba dos meus amores

Passamos o fim de semana na Taíba. Foi ótimo e aproveitamos para descansar. Música, praia, cerveja geladissíma a "la Epitácio" que também fica encarregado do tira gosto. A primeira vez que fomos à Taíba foi em 1979. Meire Celi conseguiu uma casa e foi uma turma grande. Era carnaval e Jonas teve um corte profundo no pé, logo na segunda-feira. Tivemos que voltar às pressas. A noite era escura, erramos o caminho e só chegamos em Fortaleza depois de três horas. Levou um tempo para ficar bom. Tinha nove anos. Juci e Epitácio construíram a casa no mesmo ano e aí ficamos quase sócios. Eles viajam sempre em julho e janeiro e aproveitamos muito, muito. Passamos férias lá durante muito tempo. Temos muitas histórias engraçadas pra contar. A primarada era grande e ainda tinha os agregados. Mila, Mari, Pedro Eugênio, Paulo Marcelo, Yuri, Lara, Daniel, Lucas, Jonas, Tuta, Camila, Júnior, Pedro e Ivan. Era um tempo tranqüilo, os perigos não existiam, aproveitavam os dias com alegria, praia de manhã, praia à tarde, pôr do sol nos morros e pracinha à noite. Os maiores tomavam conta dos mais novos. Nunca brigavam, apesar das brincadeiras, muitas vezes perigosas. Foi lá que a Mila teve sua primeira paixão, e o Daniel teve um acesso de ciúme danado, Yuri, Paulo Marcelo e Junior se apaixonaram pela mesma menina, a Melissa, que era nossa convidada. A turma era grande e animada, éramos seis adultos e uma média de 12, 15 entre crianças e adolescentes, e nos fins de semana a casa lotava. O jogo de baralho, o pontinho, corria solto e eram duas mesas, varávamos as madrugadas. Depois foram crescendo e ficou mais complicado, cursinho, estágios, vestibular, responsabilidades... quando se encontram lembram desse tempo e ainda hoje descobrem alguma danação, Lucas sempre me pede para organizar um fim de semana com todos eles.

Juci, a dona da casa, completa em dezembro 70 anos e está entusiasmadíssima com os preparativos da festa. Como vai viajar e só volta para o aniversário, estou encarregada de tudo e já coloquei a Mirone para ser minha assessora. É uma festa grande e a responsabilidade também. Estou muito feliz de participar desse momento precioso. 2007 foi muito difícil pra Juci. Hoje depois de muitas dificuldades e muitas rezas, está bem graças a Deus.

sexta-feira, novembro 02, 2007

CREDO MISTO

Sylvia Leão

Além de Deus, creio no Homem

também poderoso-

não criador do céu e da terra,

mas de todas as coisas visíveis e invisíveis.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho

E em todos os Filhos dos Homens

Que não nasceram da Virgem Maria,

Mas de todas as Mulheres e que

Também padecem sob os muitos Pilatos

e diariamente são crucificados,

Mortos e sepultados no dia-a-dia que

Os consome e aniquila.

Creio naqueles que diariamente descem à mansão

Dos mortos- às fábricas, às filas dos desempregados,

São os mortos de fome, os mortos de esperança,

Os velhos abandonados, a mendicância

infante, os doentes que sequer se tornam pacientes,

os adultos que não sabem escrever o próprio nome.

Não estão eles sentados à direita do Pai, mas estão

Em pé, falidos, enfraquecidos, desdenhados

À espera de uma chance cedida

Pelos pais do Poder.

Creio no Espírito Santo- oh!, como creio!,

E em todos os outros espíritos-

racionais, dedutivos, indutivos,

intuitivos, dialéticos!

Creio na Santa Igreja Católica

E em todas as outras igrejas, em

todas as outras pedras que erguem a

Comunidade humana, humanizada.

Creio na comunhão dos santos- Agostinho,

Tomás, Terezas, Francisco e

De todos os hereges- Sócrates, Bruno, Espinosa,

Galileu e, pelo jeito, eu!

Creio na remissão dos pecados, sim,

Daqueles que pecam contra uma nação inteira,

Contra todos nós, os seres vivos,.

Creio na ressurreição da carne

Como libertação do corpo ante a fome,

a injustiça, a violência, a opressão.

Creio na Vida Eterna sem não antes crer,

na Vida Terrena, no hic et nunc

do Paraiso que há no

AMEM-se..

Este texto tem uma historinha. A Sylvia Leão presenteou a minha comadre Sandra com ele. Sandra pediu que eu o transformasse em um quadro para colocá-lo em sua casa, no Sitio Salamanca em Guaramiranga. Me entusiasmei com o pedido. Encontrei um papel especial na Hocho do seu Miguel ( lá tem coisas lindas ), fiz a arte na Grafix , tipo de letra, cor, enquadramento, criei um arranjo de flores desidratadas para compor o quadro. A moldura em um tom mais escuro da cor da letra. Ficou muito bonito. Por coincidência, Sylvia foi visitar Sandra no dia em que recebeu o presente e aí queria de todo jeito levar para sua casa ," esse filho" com uma nova roupagem. Sandra, me telefona aflita : " comadre o que faço ? não posso dar o meu quadro a ela, você pode fazer outro igual ? " respondi: fazer eu faço, mas nunca será igual a este. E fiz.