sexta-feira, novembro 28, 2008

quarta-feira, novembro 26, 2008

A gripe foi embora mas deixou uma dor nas costas e um tosse para ficar me lembrando dela. A poeira no prédio continua... mesmo assim vou colocar as lâmpadas na varanda e os enfeites novos de natal. Gosto do Natal, tenho lembranças maravilhosas de tantos Natais vividos.
Jonas ainda pequenininho... era uma noite de Natal, estávamos indo para a casa da Irá e do Coronel e ele no banco traseiro do carro pulando,inventei de contar as luzinhas de Natal que encontrávamos no caminho. Uma , duas- nesse tempo não se encontrava tantas luzes coloridas e arranjos sofisticados como hoje- de repente começou a aumentar os números, dez, doze,vinte. Falei: não estou vendo estas luzes todas e respondeu de pronto:" você é gande só quianças é que vê "
Lucas fez o "estágio" para ficar conosco, vinha cedinho e voltava para dormir em casa. Hoje Mila viaja com Felipe, vamos ver como vai ser a sua primeira saudade. A da Mila já sei, chorou muito hoje quando veio trazer a bagagem. Só é quieto quando dorme e não é de dormir muito. Amanhã cedinho vamos levá-lo a praia, adora o mar mas sempre quem o acompanha nesse programa é o vó Francisco e a vó Olivia.
Pedro e Matheus voltaram da viagem a Bonito-MT adoraram e telefonaram cheios de alegria, entusiasmados e contando as danações da turma. Eram 150 adolescentes, foi uma festa. Daqui a pouco estarão aqui. Dia 19 de dezembro iremos todos para uma praia, o lugar foi escolhido por Mari e João que lá passaram a lua de mel. Seremos 13 e certamente será maravilhoso.
Dezembro de 1968. Ano duro, sofrimento de muitas pessoas, incertezas e inseguranças. O Brasil sofria. Mês escolhido para o nosso casamento. Começamos a curtir a data da comemoração dos quarenta anos de casamento,logo no começo do ano. Mas para conciliar o encontro de todos nesta data foi um quebra cabeça. O dia D é 6, 15 é o aniversário do Zezinho e a festa será de 19 a 23 de dezembro. Lá faremos o nosso Natal. A sensação é de alegria e de muita felicidade e agradecimento a Deus, mas por trás existe uma saudade imensa e a sensação de que o tempo correu rápido demais e devemos aproveitar cada segundo, por inteiro, intensamente.

sexta-feira, novembro 21, 2008

A viagem

Tanto tempo que não passo por aqui... A viagem foi ótima, até queria ficar mais uns dias ,mas Mila vai viajar com o Felipe e vou ficar com o Lucas. Era nosso trato, não podia falhar, mesmo com a insistência do Jonas e da cambada. A vó Olivia deu um duro danado, ainda bem que a Gê ajuda também. A babá saiu de folga e não voltou mesmo com o pagamento adiantado quinze dias. Ficaram um tempo no aperreio. A nova babá é fraca demais, Mila não confia de deixá-lo sozinho com ela e tem toda razão.Fica conosco o dia e volta a noitinha para dormir em casa. Está uma graça, falando pelos cotovelos, mas muitas palavras precisam da tradução da mãe. É muito inquieto e precisa de toda atenção. É o rei da casa do Francisco e da Olivia. Primeiro neto é assim mesmo e fico muito feliz.
Chegamos de São Paulo segunda feira. Wal, Gadelhinha, Mazé Castelo e Mariana estavam no aeroporto. Ganhei rosas, beijos e o choro da caçula querida. Rosa mandou o almoço e a Wal trouxe a sobremesa. Na terça feira acordamos gripados, o prédio está sendo reformado e mesmo com todas as janelas fechadas é uma poeira sem fim. Febre e uma tosse seca de encher o saco. Foram 35 dias de puro encanto, o local é lindo, os passáros cantam o dia todo, nem parece que é São Paulo, não se ouve o barulho da rua.
Jonas sempre muito ocupado, mas as horas que estávamos juntos, eram pura alegria. Trabalha muito e está fazendo um MBA na USP. A Loura não se cansa e como sempre é uma grande companhia, disponível e animada. Dá conta de tudo e administra a casa com perfeição. Mari ficou conosco os primeiros dez dias. Fomos na 25 de março comprar as quinquinharias, não curto muito, fico ansiosa com o corre corre de tanta gente, é gente vendendo, é gente comprando é gente correndo do rapa. Fomos também no Mercado para deliciar o famoso pastel de bacalhau, fazemos este percurso todas as vezes. William e Mari fotografaram todas as antigas residências que ainda sobrevivem na Av Paulista, foi o dia mais quente da temporada, mas foi muito divertido. Amei conhecer a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, rezamos todos juntos para agradecer a Deus. Depois da missa os padres abençoam os objetos levados , quando vimos lá estava o Pedro com a mão erguida segurando a aliança que ganhou da Elis. Brincamos muito com ele, que a aliança abençoada, ia acabar esse namoro tão sério para os seus 14 anos. Não sei quem é mais ciumenta se eu ou a Loura. O Jonas é mais calmo. Foi um dia especial. A visita a Embu das Artes foi outra alegria. O dia estava lindo e a feira também. Fomos na Benedito Calixto para curtir aquele chorinho e saborear aqueles doces que sempre nos fazem pecar. Visitamos o MAPS, a exposiçao de Jerusalém é lindíssima. Emocionante! Comprei uma peça na feira do Maps muito linda, mas na arrumação da mala, quebrou... não fiquei triste o Paulinho restaura, vai ficar perfeita e acompanhará as outras que estão na parede. O Museu do Futebol não da para descrever, só vendo. Ficamos duas horas e não deu para saciar a vontade de ver mais, aprender mais. A Exposição do Pelé- Marcas do Rei, é imprescionante. Os livros, os retratos de criança, a caixa de engraxate que usava com 12 anos, os troféus recebidos, a estátua de cera é perfeita. Outro passeio maravilhoso foi a visita ao Museu da Lingua Portuguesa e a Pinacoteca, fomos com Pedro e Matheus. Fomos de onibus, pois eles ainda não tinham usado este transporte. Voltamos prá casa a tardinha. A Bienal muito criticada por muita gente foi vista, mas gostamos mais da exposição da Oca, esses passeios juntos ficam para sempre gravados na nossa memória. Voltamos abastecidos de carinho, de tantos abraços longos, sem pressa. As conversas com os meninos antes de dormir são mais rápidas, acordam muito cedo para ir ao colégio. Mari caçula é a graça da casa. Conversa demais, se arruma demais, decide o que quer, dorme tarde, adora fazer teatrinho das histórias. É um poço de ternura , cheia de amigas. Movimenta as pequeninas do prédio. Todas as tardes desce com a Thais, sua babá e sobe contando as histórias. William foi ao médico, ficou uns dias triste e pensativo... não vou falar desses momentos. A viagem a Foz do Iguaçu Foz do Iguaçu foi maravilhosa. Fizemos todos os passeios e conhecemos pessoas legais na excurção. A beleza das Cataratas, o banho que tomei na Garganta do Diabo ficarão eternizadas na minha memória. A agua batia no rosto e senti um sentimento único de Liberdade.
Loura preparou um jantar para cantar parabéns para o Daniel, 26 aninhos, mudou para São Paulo recentemente, a Livia a artista da familia animou a noite. A Márcia é uma grande banqueteira e é sempre muito disponivel.Pedro e Matheus viajaram para Bonito, Pedro Guerra, Tutti e Santiago juntaram-se a nós para a comemoração. Feijoada e caipirinha preparada pelo Jonas, cachaça de Tianguá com apenas 55 anos.É uma reliquia que a Ritinha deu pro Jonas. Não sei quando voltarei a Tianguá, mas certamente conseguirei outra reliquia dessa.
A despedida da temporada foi o Concerto com a Regência do João Carlos Martins e a Orquestra Bachiana Jovem. Este ano fizeram cento e vinte e sete Concertos pelo mundo. Tenho a maior admiração por este Homem, que venceu todos os seus limites, leio tudo sobre ele, assisto todos os seus programas de televisão. Lançou um livro essa semana em Nova York e vou comprá-lo assim que chegar nas livrarias. Quando o vi tocar com seus " tres dedos" como ele fala, chorei de emoção. O Concerto foi na Praça Victor Civita em Pinheiros, inaugurada recentemente. Esse espaço antes era um deposito para incinerar lixo. Se transformou em lindos jardins suspensos, programas de educação ambiental, bosque, academia de ginástica, oficinas de reciclado, exposições de artes plasticas. O auditório foi todo construído com madeira reciclada.
Jonas, Loura,Pedro,Matheus , Mari, Márcia e Thais não vale dizer obrigada. Nossos momentos juntos fazem parte da história de uma familia feliz e verdadeira. Amo muito vocês.

segunda-feira, novembro 10, 2008

pra matar a tua saudade, morena.

mãe, 
 
isso que eu sinto agora é síndrome do ninho vazio? quem sabe. só que desta vez a mãe e o pai abandonaram as duas passarinhas, numa aeronave da ORBIGADO POR ESCOLHER (?) A TAM, pra ficar com um passarinho que mudou de ninho foi cedo, em são paulo. sinto saudades de vocês toda hora. é confortável saber que estão ali o tempo todo, bem pertinho, a três quadras, pra onde eu posso ir a pé, naquela minha bicicleta feia do bompreço, de carro ou de oimbo. ouço pouco a voz do papai. ele não gosta muito de telefone. em compensação, quando eu falo com você, ele fica do seu lado ditando, perguntando, ou falando bem alto comigo, sabendo que eu tou ouvindo a voz dele longe do telefone, essa típica voz. suas plantas estão aguadas, suas contas estão pagas. só a veja não consegui tempo pra pagar, porque só pode no Unibanco, e eu ando tão aperreada de tempo, mãe. seu banco é bem melhor do que o meu. a gerente mandou beijinhos e me deu capuccino, sabiam os seus nomes, nananam, aquela roupa arroxada dela podia ser um pouco mais frouxinha, aquele scarpin enorme... no meu banco só quem me conhece é o pedro paulo, que fica no hall ajudando o povo a apertar os botões direito no caixa eletrônico. ele se candidatou até a vereador. 
a terezinha tem vindo ajeitar a casa, tá tudo bem, tá tudo direito. me lembrei uma dia desses que tu vem muito pouco aqui em casa. acho que é porque eu não te dou tempo e vez ou outra tou na tua campainha, botando o carro na tua garagem, usando teu batom, curiando tua agenda, vendo se tu comprou novos tons de esmalte vermelho, ouvindo as tuas lamentações e tu as minhas. a gente ri, viu, mãe, e eu rio porque eu sempre te acho tão fina e linda e elegante e pudica pra dizer aquele tanto de nome feio que tu diz. e depois gargalha, como quem diz: eu digo muito nome feio, né? e eu acho bonito tu dizendo nome feio. é por isso que tua pressão é boa.
fico com inveja de ti e do papai nas tardes quentes, vocês aí usando roupa de meia estação. tu sabe como eu fico feia no calor. tenho inveja até de ir pro shopping coninental ver NADA. e tu dizer, depois de passear: nanoca, o que a gente tá fazendo aqui? esse shopping não tem NADA. e eu digo: quem quis vir? eu sempre soube que aqui não tinha NADA. bom mesmo só a casa lotérica e as americanas express. fico querendo ver o matheus aninhado comigo, que eu tenho certeza que eu sou a tia preferida dele. vendo o pedro crescer tão depressa. a mariana ainda tá pregadinha contigo? tudo é a vovó?
todo mundo pergunta por ti. a helenilda está com saudade de limpar tua casa, a sílvia me ligou dizendo que ficou arrasada porque liga liga liga pra tua casa e ninguém atende. a terezinha sente. a alissandra quer fazer tua sobrancelha, o porteiro tá com saudade do papai. esqueci o nome dele agora, porque lá muda muito de poteiro, ave maria. a tua vizinha quando me entrega a correspondência só falta não me deixar sair e conta um diário enorme do prédio, me etrega um pilha de jornal. Mãe, por que tu mandou guardar esse jornal todinho esse tempo todo que tu iria tar fora, mulher? tu vai viver até infinitos anos e não vai ter tempo de ler esses papéis tudim. Sem falar que pesa, viu. guardei todas as malas diretas de loja de informática, roupa, banco, seguro, readers's digest que tu pediu: não jogue nada fora, e repetiu isso 22 vezes no caminho do aeroporto. 
 
tenho tido tardes lindas, mesmo a fortaleza no modo pegando fogo. tenho visto lido sentido e ouvido coisas lindas o tempo inteiro. livros, um show, um vídeo, sorrisos, um recorde no guitar-hero do playstation (é, playstation é o video game do joão). 
pois diz ao papai que eu encontrei um senhor no banco que eu tenho certeza que conhecia ele, porque tava dizendo que era da fazenda. aí eu ia me apresentar, dizer eu sou filha de jwrf, moço. o senhor conhece? porque eu gosto de ouvir as histórias dele contadas por outras pessoas. e sempre se confirma a imagem que ele passa pra todo mundo com quem ele convive, todo santo dia. mas aí fiquei com medo, mãe, de me apresentar pro homem. chegou uma mulher antes de mim e disse: seu silva, o senhor não tá me reconhecendo não? eu sou a filha do Santos, aquele da fazenda. aí ele ficou contemplando aquela figura loura redondinha, feita no compasso, a filha do Santos. aí ele disse assim: minha filha, só se você tiver engordado muito. Tu acredita mãe? tu acha então que eu ia puxar conversa com um homem desses?
(pra encurtar a história, ele acabou puxando conversa comigo, achou muito pouca coisa quando eu disse que eu era formada em comunicação na unifor. depois de ele perguntar MINHA FILHA QUAL É SUA PROFISSÃO? VOCÊ É MÉDICA, É?) falou um monte de coisa legal do papai, um monte de coisa linda. e como ele é bem sincero, acho que era tudo verdade.
 
sinto falta do teu suspiro, da tua cantoria quando fica nervosa, da tua pele brancosa e do teu cabelo que, a cada ano que passa, vai ficando mais louro. 
te amo, 
acaba logo com essas férias.
 
mariana
 
PS: que dia vocês voltam mesmo? tá é difícil marcar essa passagem, viu. a milena me disse hoje no almoço que era dia 11. é?
vem logo, que o lucas tá muito maior do que quando a gente viajou. calça o sapato, só quer saber de dançar e dos backyardigans, e de jogar o celular da milena lá embaixo. vi ele dizendo uma palavra nova quando eu fui lá essa semana, mas eu não sei mais não. "mamá" continua valendo pra ele pela palavra que designa mãe ou mamadeira, contendo qualquer coisa dentro. o joão abandonou o pilates, eu tive de dispensar o rafael porque estava meio lisa esse mês (por que será, vinte e cinco de março?) ah, cortei o cabelo. tá curto, mas eu juro que ficou bom. não ache ruim. te mandei um sorriso por e-mail pra tu ter saudade de mim, bichinha. só quer saber do jonas.