"Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; tempo para matar, e tempo para sarar; tempo para demolir, e tempo para construir; tempo para chorar e tempo para rir; tempo para gemer, e tempo para dançar; tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las; tempo para dar abraços, e tempo para aparta-se. Tempo para procurar, e tempo para perder; tempo para guardar e, tempo para jogar fora; tempo para rasgar, e tempo para costurar; tempo para calar, e tempo para falar; tempo para amar, e tempo para odiar; tempo para a guerra, e tempo para a paz .Eu aprendi que todas as obras que Deus fez duram perpetuamente; nós não podemos acrescentar nem tirar nada ao que Deus fez a fim de que seja temido. O que foi feito, é o que permanece;as coisas que hão de ser, já foram; e Deus renova aquilo que passou."

Querida Márcia,
Ontem li no jornal O Povo a entrevista da Maria Adelaide Amaral. A próxima minissérie da Globo será baseada no seu livro "Aos Meus Amigos". São histórias inspiradas na memória da autora.
Veja que resposta;
OP-Queridos Amigos é uma história sobre amizade. Que lugar a senhora acredita que a amizade ocupa na vida das pessoas ?
Adelaide- Os amigos têm sido o esteio da minha vida afetiva e profissional. Devo muito a eles, na alegria e na dor, na saúde e na doença. Ser amigo é ser presente sem ser invasivo, ser íntimo sem ser promíscuo, saber quando é hora de falar e de silenciar, celebrar e consolar. Ser sensível e compassivo, em outras palavras. E todo mundo tem ou teve um grupo de amigos do peito e do coração. Pessoas que se tornaram mais importantes que a própria família de sangue.

Essa resposta dela mexeu comigo e me trouxe muitas boas lembranças. Gostaria de escrever sobre meus amigos.
Hoje encontro seu comentário, carregado de um carinho infinito, e escrito de uma forma tão sua, tão bonita. Li e reli.....Você é muito generosa. Fico feliz, emocionada e agradecida a Deus por tudo que vivo.
O " quarto verde" ainda está abandonado e como sinto falta dele ( outras pessoas também) vou te dar a minha senha para você escrever nas "memórias." Você aceita?
Te amo

A casa está silenciosa demais. O alvoroço começou no dia 4 de janeiro. No dia 23 se foi a Mari prá sua nova vida com o João, 28 foi o Jonas, 29 a Andressa e hoje meus meninos e a Loura. Essas férias foram diferentes das outras, a alegria do casamento, os preparativos, as conversas, o carinho espalhado pela casa. Pedro e Matheus nos abastecem de uma maneira diferente, a medida que crescem vão ficando mais sábios, e aprendemos muito com eles. As vezes são crianças teimosas, inquietas demais, outras vezes são adultos quando conversam assuntos mais sérios, se interessam por tudo que rola no mundo. As eleições americanas, o aquecimento global, a invasão da Amazonia, enfim querer saber de tudo. A Mari pequena é impossível, fala e canta o dia todo e conta suas histórias de princesas.
Voltei do aeroporto chorando, as lágrimas geralmente me trazem uma tranquilidade, um torpor, uma sensação diferente. Levo alguns dias para voltar ao " normal " as vezes tenho a sensação de que estão voltando da praia, ou da casa da Nildinha, do jogo de futebol.
Deixaram uma bola de futebol que ganharam para entregar ao Toni. O Toni é um menino que conheceram na praia há uns anos é vendedor de coco e todos os dias conversam com ele. No ano passado foi convidado para o aniversário dos meninos , e ontem esteve na comemoração do aniversário da Loura na barraca. Eles tem com o Toni, um cuidado, um respeito,a maneira de conversar, fico observando e pedindo sempre a Deus que continuem solidários e sensíveis.
Algumas pessoas acham que sou exagerada, não entendem" bulhuva" desse modelo nosso de se entender e conviver, também não tenho satisfação nem explicação para dar a ninguém. Somos felizes assim, curtindo os exageros de um bem querer não entendido.

Foto Daniel Nobre