quarta-feira, abril 14, 2010

O HAROLDÃO

Foi na Praça do Ferreira que ele se sentiu orgulhoso
de um dia ter apertado a mão de Juscelino Kubitschek e o
chamado de " Presideste Pai D'égua".
Outra vez serviu um café da manhã ao sindicalista que
se tornou " o cara " da política mundial contemporânea.
Muitos eram os motivos de satisfação na sua vida, mas o que
o deixava feliz e realizado era ter sido amigo do viajante,
do propagandista de remédio, do dono de botequim, do carro-
ceiro, do pequeno comerciante, do guardador de carros, do
peixeiro, do entregador de pizza.

Abria sempre um parêntese no seu trajeto cotidiano para
cada aceno, para cada bom dia e para cada bondade ao longo de
seu percurso de 77 anos de vida. Teve sempre a mesma mulher e
se orgulhava disso entre os homens.
Estranhamente falava na contramão das idéias e de modo inesperado
nos fazia rir infinitas vezes. Dizia o que as pessoas queriam ouvir
mas nunca perdia a piada.
É justamente por cultivar essa marca cearense, de vida longa ao
sorriso e à marmota, que sua gargalhada inconfundível está perpetuada
no coração de todos que cruzaram seu caminho.
Pai por inteiro, marido por inteiro, avô por inteiro,amigo por
inteiro.
Cultivou o encontro entre os homens e entre as mulheres. Não há como se
afastar do Haroldão nem na hora de sua morte. Se é que ele morreu...
Xico Aragão

A missa do Haroldão foi linda.Igreja lotada. Fortaleza representada por
todas as classes. Saudade da sua alegria.


A