terça-feira, março 27, 2007

A banda ainda não passou

" A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor "

O ano era de 1966, e o festival era o segundo da Record. Ela, porém, contava com poucos meses e não compreendia muito bem porque todos falavam de uma maneira estranha. O diretor achou o tempo curto demais para Nara entrar sozinha. Ela, de seu modo, via o mundo como uma grande brincadeira, como se não tivesse pressa de descobrir o que seria cantado um ano depois em forma de roda viva. Ele pediu então para que Chico entrasse antes com o violão e desse uma prévia do que seria a banda. Um dia, no auge dos seus seis meses, após ser incompreendida por um pedido mal interpretado, externou um choro há muito contido. A platéia veio abaixo: meninas, jovens e senhoras - todas muito bem vestidas - aplaudiram com o coração a música que falava de coisas comezinhas de amor, de um Brasil que se despedia de sua inocência. Imediatamente, para acalmá-la, ela recebeu o mesmo presente; coincidência ou não, era a primeira música do disco: aquela melodia lhe pareceu doce e ela logo tratou de erguer o braço e disse : " vamos dançar, vovô!" O tempo antecipou o que aconteceria dois anos depois, no confronto entre sabiá e as flores não faladas: " a banda " ganhou " disparada ", estamparam os jornais da época. E é sempre assim: mesmo hoje, na sua idade avançada de quase dois anos, a qualquer referência à marcha alegre que se espalhou na avenida e insistiu, ela pede do seu jeito: " a banda, a banda!"
Chico, desde então, perdeu o sossego e ganhou o mundo. Mariana agradeceu e me ensinava assim que a banda ainda não passou. Entre um ponto e outro, já lá se vão quase quarenta anos.
Henrique Marques Mendes

Henrique faz parte da galera que vibra com o bom gosto da pequena Mari na preferencia musical,
com seis meses escolheu A banda do Chico a sua música predileta. Quando ouve os primeiros sons da Banda, levanta o braço , é o sinal, começa a dançar.

sexta-feira, março 23, 2007

Jonas chegou de madrugada. A casa muda a rotina e estaremos mais felizes nas próximas 48 horas.Tanta coisa prá falar, prá ouvir, prá curtir. Fomos na praia no Futuro no acabar do dia e eles tomaram banho, brincando como crianças alegres. Daqui a pouco chega Mila , feliz com seu barrigão maravilhoso, a cada dia está mais bonita. Viva a VIDA !

terça-feira, março 13, 2007

Mila completou sete meses de gravidez e a ultrasonografia de hoje diz que o Lucas já pesa 1850 grs. De certa maneira já é uma tranquilidade, pois segundo a obstetra ele tem possibilidade de nascer antes da data prevista. Está quase tudo pronto, ganhou muitos, muitos presentes, todos lindos. Mari e Jonas estão vibrando porque serão os padrinhos e nós os avós sorrindo com o tempo.
Já sonhei com ele tantas vezes, é tão interessante sonhar desse jeito, antes de tê-lo no braço, no abraço. Só coração inquieto e apressado.
A casa está em alvoroço, esperando o sexto homem da família.

quinta-feira, março 08, 2007

Quando a ciência não dá conta de tudo

MARIANA MARQUES
Publicitária

Foi desde criança que aprendi, dentro de casa mesmo, que o mais importante não era o dia das mães, dos pais, da mulher, das crianças. Lá em casa tinha essa de que esses dias era todo dia do ano, e que o mais importante era não mudar de comportamento, feito uma varinha de condão, e virar a melhor mulher do mundo no “Dia da mulher”. Não adiantava. A graça estava mesmo nos outros 364.

Mas a história é diferente na data. Como se desistíssemos do nosso próprio ideal de comemoração, se é que temos um. Nós, as três mulheres da casa, costumamos acordar com um ar meio superior, meio robusto, feito aqueles personagens de desenho animado que entortavam a coluna inteira para estufar o peito.

Às vezes são cartões, pequenas flores, um bilhete. Às vezes simplesmente nos abraçamos. A farmácia distribui rosas, o colégio dava bombons, mas ninguém sabe a razão de aquela data ser naquela data. Um dia até vi no jornal que a origem mais provável é uma manifestação que aconteceu em Nova York em 1857.

Quem eram essas mulheres que lutavam e quem somos nós hoje. Depois de tantos anos de discussões sobre o gênero, sobre a feminilidade, sobre praticidades outras como mercado de trabalho, salários, produções independentes, o que virou o dia da mulher?

Cheguei a pensar por alguns anos adolescentes mais rebeldes, que era algo totalmente sem serventia, diante da infinidade de mulheres que não merecem ser homenageadas nem por 24 horas. Mas se assim fosse não haveria uma data comemorativa a escapar. E, convenhamos, elas nos divertem. São comerciais, nos fazem gastar dinheiro, comemoram uma invenção, mas nos divertem. Minutos de saudação pelo dia da mulher ou uma comemoração quase cotidiana com abraços podem salvar um dia, uma semana, um ano inteiro.

A discussão sobre o gênero, a feminilidade, a sexualidade e todos esses termos modernos nos faz refletir sobre a importância ou desimportância das disparidades entre nós e os homens e suas conseqüências. Isso tudo sucumbe à magia do poder, supremo e único de que dispomos, e por meio do qual viemos a este mundo - o de sermos mães, ainda que latentes.

Este ano uma das mulheres daqui se tornará mãe. Carrega esse poder num barrigão enorme, de dar gosto. Vem aí um novo homem para a casa. Mais um para reclamar e questionar: Mamãe, por que não existe o dia do homem ?







terça-feira, março 06, 2007

Dia da mulher

Cliquem aqui para verem a matéria do Caderno Eva sobre o dia da mulher. Mari e Natércia escreveram.

Mari não quis colocar o texto todo aqui. Acha que lá está melhor e dá para ver a foto, diagramação, quase do jeitinho em que ficou no jornal.