What this power is I cannot say; all I know is that it exists and it becomes available only when a man is in that state of mind in which he knows exactly what he wants and is fully determined not to quit until he finds it." Graham Bell, o criador mais legal depois de Deus.
e é por ti, graham bell, que eu apaguei o que eu escrevi embaixo.
graham bell me lembra quando eu era pequena e a mamãe me mandava pegar o volume 18 do tesouro da juventude, bege com azul, que tinha sido do jonas. o volume 18 era o pai da enciclopédia e funcionava com índice do restante dos livros. graham bell estava lá e minha tarefa ganhava imediatamente uma resposta. e era ótimo. quantas vezes mamãe apontou com aquelas unhas pintadas de gabriela com rebu a citação que precisava ser apontada. quantas vezes aquelas unhas vermelhas não me apontaram nada, absolutamente nada, apenas a direção do volume 18. vai. procurar. pra aprender. aprenda.
quantas vezes o volume 18 me confundia a cabeça. mas foi por causa das unhas vermelhas apontando o volume 18 e não apontando a citação que eu precisava em qualquer outro dos volumes que eu aprendi a procurar.
o que eu acho são outros trezentos. mas aprendi a procurar.
o que eu não acho é porque não está lá. o que se perdeu não se perdeu só de mim. o resto está posto, e é caçando, correndo, buscando e indo atrás, ou na frente, que sempre, de algum modo, eu acho.
e sou grata por isso.
a mamãe e suas unhas vermelhas. go find it.
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jmn,
uma carta aberta para você, meu compartilhador de útero.
um dia queria um filho parecido contigo. não igual. acho que queria corrigir umas coisas, poucas, pequenas. talvez acrescentar com boa parte de m, tua outra irmã. mas queria alguém que, como disseram, fosse o reflexo dito, fiel, do que foi escrito pra ti pelos teus, pelos nossos. minha vida é esse pedaço incompleto sem vocês, e querendo ou não, vocês são meu melhor pedaço.
a casa de vocês já foi minha. os filhos de vocês são meus. dividimos. sinto saudades todos os dias, de todos. sinto saudades das pequenas bobagens, da janela do carro aberta, da curtição com a praia (que eu nem tanto gosto assim como vocês, pela obviedade que se tornam os verdes mares para um fortalezense qualquer - e eu sou um deles). sinto saudades todos os dias em que vejo lmf, seu afilhado, que me deram de presente como afilhado também, e fizemos você e eu, mais um par na vida. ele dança, faz o bico do vovô, anda cambaleando.
é o que a gente faz. cuida do que é também seu por aqui. rmmf e jwrf esbanjam saúde, cuidam das taxas, comem bem, vivem a vida que sonharam (?), a poucos metros de mim. minha casa por vezes é vazia de gente mas muito cheia de sentido. sei dos porquês, das limitações, do que vem no futuro. decidi não ter filhos até que a vida me prove o contrário. os de vocês são meus. tudo vai dando certo, construindo em si uma escada e vamos todos subindo degrau por degrau.
quando nem tudo vai dando certo, temos um ao outro. tenho você quando não sei como ajudar alguém. tenho você. tenho.
jmn, pedaço bom de mim. sou grata também a ti. pelas lições numa cidade fria e cinza, pelas lições de amor. por tudo. pelos meus. aqueles que também são teus de algum modo. pedaço bom de mim. coisas de mariana que me enchem o coração...
e é por ti, graham bell, que eu apaguei o que eu escrevi embaixo.
graham bell me lembra quando eu era pequena e a mamãe me mandava pegar o volume 18 do tesouro da juventude, bege com azul, que tinha sido do jonas. o volume 18 era o pai da enciclopédia e funcionava com índice do restante dos livros. graham bell estava lá e minha tarefa ganhava imediatamente uma resposta. e era ótimo. quantas vezes mamãe apontou com aquelas unhas pintadas de gabriela com rebu a citação que precisava ser apontada. quantas vezes aquelas unhas vermelhas não me apontaram nada, absolutamente nada, apenas a direção do volume 18. vai. procurar. pra aprender. aprenda.
quantas vezes o volume 18 me confundia a cabeça. mas foi por causa das unhas vermelhas apontando o volume 18 e não apontando a citação que eu precisava em qualquer outro dos volumes que eu aprendi a procurar.
o que eu acho são outros trezentos. mas aprendi a procurar.
o que eu não acho é porque não está lá. o que se perdeu não se perdeu só de mim. o resto está posto, e é caçando, correndo, buscando e indo atrás, ou na frente, que sempre, de algum modo, eu acho.
e sou grata por isso.
a mamãe e suas unhas vermelhas. go find it.
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jmn,
uma carta aberta para você, meu compartilhador de útero.
um dia queria um filho parecido contigo. não igual. acho que queria corrigir umas coisas, poucas, pequenas. talvez acrescentar com boa parte de m, tua outra irmã. mas queria alguém que, como disseram, fosse o reflexo dito, fiel, do que foi escrito pra ti pelos teus, pelos nossos. minha vida é esse pedaço incompleto sem vocês, e querendo ou não, vocês são meu melhor pedaço.
a casa de vocês já foi minha. os filhos de vocês são meus. dividimos. sinto saudades todos os dias, de todos. sinto saudades das pequenas bobagens, da janela do carro aberta, da curtição com a praia (que eu nem tanto gosto assim como vocês, pela obviedade que se tornam os verdes mares para um fortalezense qualquer - e eu sou um deles). sinto saudades todos os dias em que vejo lmf, seu afilhado, que me deram de presente como afilhado também, e fizemos você e eu, mais um par na vida. ele dança, faz o bico do vovô, anda cambaleando.
é o que a gente faz. cuida do que é também seu por aqui. rmmf e jwrf esbanjam saúde, cuidam das taxas, comem bem, vivem a vida que sonharam (?), a poucos metros de mim. minha casa por vezes é vazia de gente mas muito cheia de sentido. sei dos porquês, das limitações, do que vem no futuro. decidi não ter filhos até que a vida me prove o contrário. os de vocês são meus. tudo vai dando certo, construindo em si uma escada e vamos todos subindo degrau por degrau.
quando nem tudo vai dando certo, temos um ao outro. tenho você quando não sei como ajudar alguém. tenho você. tenho.
jmn, pedaço bom de mim. sou grata também a ti. pelas lições numa cidade fria e cinza, pelas lições de amor. por tudo. pelos meus. aqueles que também são teus de algum modo. pedaço bom de mim. coisas de mariana que me enchem o coração...