Raul se foi, como passaro criou asas e voou... nada falou, ficamos surpresos e sofridos - nós, os seus amigos da extinta Febemce. Vivia intensamente, estava sempre apressado, gargalhadas exageradas, falava alto, extremamente sensível, sempre disponível para tudo e para todos. Foi uma longa caminhada, partilhávamos os mesmos problemas de um trabalho árduo e muito difícil. Também as alegrias, as dificuldades, as vitórias. Hoje encontrei uns bilhetes seus, cartões de natal, e o texto que me entregou na festa da minha aposentadoria.
Rita querida,
É chegada a hora
não da partida
do adeus.
Chegada a hora
da vida
de uma nova vida.
É chegada a hora, sim.
da partida
sofrida
do adeus enfim
É a falta já sentida
da presença amiga
do sorriso
do abraço
do carinho
em teu regaço
vai amiga
prenha de vida
Raul Felisberto
O que me consola é que mesmo depois de aposentada continuamos a nossa convivência. Durante alguns meses me deu aulas de pintura em cerâmica que se transformavam em tardes de alegria, os por de sois que dividimos na praia do futuro com cerveja e sardinhas portuguesas, preparadas por ele, tantas coisas dividia comigo, o amor e a admiração que tinha pelos filhos, o sacrifício de viver da sua arte. Em julho, tivemos nossa última conversa. Fico me perguntando por que não quis dividir comigo dessa vez.
E fico triste de não o ter visitado, de não ter tido tempo de te dar carinho num momento tão dificil... Ele não suportaria de ficar sofrendo muito tempo, voou pro infinito.
Rita querida,
É chegada a hora
não da partida
do adeus.
Chegada a hora
da vida
de uma nova vida.
É chegada a hora, sim.
da partida
sofrida
do adeus enfim
É a falta já sentida
da presença amiga
do sorriso
do abraço
do carinho
em teu regaço
vai amiga
prenha de vida
Raul Felisberto
O que me consola é que mesmo depois de aposentada continuamos a nossa convivência. Durante alguns meses me deu aulas de pintura em cerâmica que se transformavam em tardes de alegria, os por de sois que dividimos na praia do futuro com cerveja e sardinhas portuguesas, preparadas por ele, tantas coisas dividia comigo, o amor e a admiração que tinha pelos filhos, o sacrifício de viver da sua arte. Em julho, tivemos nossa última conversa. Fico me perguntando por que não quis dividir comigo dessa vez.
E fico triste de não o ter visitado, de não ter tido tempo de te dar carinho num momento tão dificil... Ele não suportaria de ficar sofrendo muito tempo, voou pro infinito.