segunda-feira, julho 24, 2006

Porta Retrato

" Queridos pai e mãe

Estou escrevendo porque não resisti a lhes dar este presente.Como vocês já notaram, na minha cabeça estão guardadas inúmeras lembranças da minha infância... Não que eu não seja feliz hoje, mas meu passado é tão glorioso e fui tão bem criada e tão feliz que não me contento em não lembrar sempre dessa época. Época em que viajávamos, brincávamos, íamos ao sítio, tínhamos um chevette , um fusca e moravamos na Silva Paulet 2670. Mamãe fumando, jogando baralho, papai cantando,dançando, dizendo sempre muitas piadas pesadas para a minha pouca idade.
Milena calada... minha mãe segunda, Jonas impossivel, dirigindo sem carteira de motorista, meu pai segundo. COFECO, Iparana, Majorlândia, Sabiaguaba, Cumbuco. Vó Eurice fazendo brigadeiro.
Colégio Canarinho, fotos, filmagens, colcha verde de cetim na cama que eu chorava prá dormir todas as noites. Cortina branca de corações azuis no meu quarto. E de manhã o som materno " Bom dia, Bom dia, Bom dia, hoje eu estou tão feliz " Tardezinha, papai chegava com o pão quentinho e me fazia cócegas: " sanfona velha do fole furado, só faz FUM, FUM, FUM! é o novo!
Vocês viajaram e me deixaram com a Mila na casa da vó Eurice. Quanto amor! Jonas de perna quebrada , casa grande e sempre cheia, salas, quartos, Francisca e Margarida eram as secretárias, vó Maria já aposentada de tanta roupa que lavava, Chiena sua substituta. Tio Campos Filho, Tia Stelinha, forrós, farras e algo mais. Dente que caiu e o ratinho veio trocar por um presente que deixou embaixo da cama. Um bule, uma xícara, um pires de chá, algumas colherinhas, quanto amor! E nessas horas o ratinho até escreve!!!
Vovó Rita tão paciente, tão presente, tão desprendida, amorosa, mesmo morando um pouco longe. Casa da Piedade.
Mudança, nova vida... E na mesinha da sala da Silva Paulet havia um porta retrato, que sumiu na mudança. Um belo porta retrato que em sua forma tão sugestiva guardava algumas histórias que só ele saberia contar... O tempo passou, passou... 15 anos. E 15 anos fazem do sumiço do porta retrato... E agora ele aparece , de outro modo.
Outros móveis, outro canto, outra vida, melhor ao seu modo, mesmas pessoas, que se amam, que convivem e aí chega o porta-retrato!
Habitará agora nele os mesmos cinco corações e agora conhecerá mais três: Margarete,
Pedro e Matheus. E como ficará feliz o porta-retrato em ver o acréscimo do amor. Precisará encher-se, inchar-se, o PORTA-RETRATO, o PORTA CORAÇÕES.
" Sertaneja se eu pudesse, se o Papai do céu me desse um espaço prá voar, eu corria a natureza e acabava com a tristeza só prá não te ver chorar"
amo muito vocês, beijos da
Mariana

Mari minha Mari,
fico muito feliz quando encontro novamente esses pedacinhos das histórias de vocês.
Quando nos mudamos da Silva Paulet ( tantas lembranças maravilhosas ) você tinha apenas quatro anos e como é importante ter essa memória de tanta coisa vivida. O porta-retrato ainda está aqui, precisa colocar o retrato de mais um coração , o da Marianinha que veio completar a nossa alegria. Você escreveu esse bilhete há 6 anos, e a cada vez que leio, sinto novas emoções. Não sei se vai reclamar porque vai encontrá-lo aqui. Valeu pelo momento das lembranças contadas e da saudade gostosa que senti.

te amo muito também e sinto falta dos " seus escritos " que estão cada vez mais raros.

8 Comments:

Anonymous Anônimo said...

é verdade.

saudade dos escritos, dela, de tu, dos marques...

24 julho, 2006 11:05  
Anonymous Anônimo said...

Lu querida,
Também estou com muitas saudades de você. Depois precisamos continuar aquela última conversa que tivemos na cozinha. Pena que a gente conversa e belisca o que tem na mesa e termina ganhando também algumas gramas a mais. Quando você voltar, vamos apressar aqueles nosso trabalho.
beijo em todos dessa família querida.
tia Ritinha

24 julho, 2006 13:40  
Anonymous Anônimo said...

De tao rico este porta retratos virou porta filme, porta vida, porta esperanca...
Adorei o texto, eh atemporal, poderia ter sido escrito em 1900, depois ou antes de cristo, ou poderia ser lido em 2990, seria atual. O amor nao passa e nem fica velho nunca, mas deixa marcar profundas...
A maior riqueza dessa familia eh a sua simplicidade, a forma de viver junto de verdade, vencendo distancias e diferencas.
A exemplo do texto, que o nosso amor e uniao sejam atemporais, sempre. E que sejamos capazes de entender o porque de algumas vezes nao sermos compreendidos, so quem vive, viveu e vivera este amor fraternal podera nos entender.
Se tem duvida da nossa felicidade na Silva Paulet? Pergunte ao pe de castanhola. Com certeza ele dira que morrou uma familia porreta naquele lugar...
Quanto a palavra atemporal? Nao sei nem se essa palavra existe, mas do sentimento eu tenho certeza.
Amo voces atemporalmente...
Jonas

25 julho, 2006 18:03  
Blogger barbra brusk said...

essa do pe de castanhola foi FODA com licença da palavra.

amo vocês.

mari

25 julho, 2006 18:41  
Anonymous Anônimo said...

ave..nem sei se posso me meter nessa conversa, mas como aqui o espaço é democratico, posso dizer q esse amor transborda e derrama por todos os lados, escorrendo pela silva paulet, tubarao, silva jatai,(?nem sei direito mas é aquela do ap pertinho do nautico), e agora ai no papicu, e q vai fazendo um caminho lindo, com historias antigas e novas, q vao se espalhando pelas ruas vizinhas, enfim.... desafiando o tempo.
tb sinto falta de seus escrito mari. acho q o jonas nao lembra de mim mas nao tem problema, eu aprendi a querer bem a ele desde pequenininho ouvindo sobre suas danaçoes e delicadezas.
bjo pra familia inteira

30 julho, 2006 09:22  
Anonymous Anônimo said...

Márcia minha La Dutra querida,
você pode e deve se meter onde quiser, você faz parte desse caminho.
te amo muito
beijão grande e aquele abraço sem pressa...
Ritinha

30 julho, 2006 14:29  
Anonymous Anônimo said...

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11 agosto, 2006 06:15  
Anonymous Anônimo said...

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