sábado, janeiro 24, 2009

terça-feira, 22 de julho de 2003

Esta história de casar e descasar tem me deixado uma certa inquietação. Não pelo fato da separação em si, cada um é o dono do seu destino, só se deve ficar junto quando o amor permanece. Quando o amor "endurece", mesmo que ainda exista muitas coisas guardadas dentro de si, é hora de partir. Para se viver junto é preciso formar um par, um par alegre, com seus segredos e cumplicidades. Tem que gostar da companhia um do outro, ter tesão, tem que existir coragem e paciência para conviver com as diferenças, cada um é cada um, sentir que é bom voltar para casa depois do trabalho, as "escovas" precisam conviver bem na paz do dia a dia.
Filhos. Não se deve permanecer junto apenas por que existem. Logo serão responsáveis pelos seus caminhos e o tempo não volta, cada um deve procurar dar uma nova cor a sua vida.
A minha inquietação é em relação a perda da nossa convivência, de repente interrompida. Na nossa família, com algumas exceções, alguns descasados que partem, desaparecem, levando nossas lembranças e só. E a amizade construída ao longo dos anos? Eu e William sentimos falta e não conseguimos entender esse comportamento. Por que tem sido assim? Por que se separar também dos amigos? Depois dessas experiências do "não deu certo", "era o jeito ", "estava de saco cheio", "vou dar um tempo", "foi melhor assim", não se sai inteiro, diante da dor é preciso se falar baixinho, entrar nas pontas dos pés, diante da dor a gente se inclina, se desvia, respeita e espera um tempo. Quando chega a hora da gente chegar perto? Sempre um sai mais triste, mais magoado. Nós tivemos as nossas perdas e aproveitando a deixa mando um abraço afetuoso para os que sumiram.
Zequinha querido, você representa a grande exceção, é o nosso consolo, pois a nossa amizade continua sem rachaduras, firme como uma rocha, e a cada dia que passa a nossa convivência vai ficando melhor. E termino este post, agradecendo por tudo que você representa na nossa família, por este sorriso farto e este coração generoso. Você é também um irmão, um tio carinhoso, um amigo maravilhoso que sabe tocar as cordas dos nossos corações
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