sexta-feira, junho 29, 2007

Na quarta-feira, mamãe almoçou conosco e tentei explicar para ela que não iríamos nos ver na quinta, meu aniversário. Rosa, Afonso, Henrique, Mila e Lucas vieram para o almoço no dia 27.
Quando o Lucas estava na UTI NEONATAL, tive a idéia de viver um dia diferente no meu aniversário. Fiquei calada e só expliquei a minha programação na véspera, quando conversei com mamãe e ela respondeu : "é interessante, minha filha, existem várias maneiras de agradecer". Alguns entenderam, outros não. Várias vezes, mamãe fazia uma programação de permanecer em silêncio e quantas vezes eu nem entendia, e agora resolvi fazer.
O sol ainda não aparecia quando me levantei da cama. Não fiz nenhum barulho e fiquei na varanda apreciando a natureza com a certeza de que existe um Deus Pai e Misericordioso. Os eucaliptos se mexiam calmamente, o buganville está florando e as folhas nascem um pouco avermelhadas. O friozinho me cercava e fez com que eu me abraçasse meio encolhida. Por essas bandas do Papicu, faz frio até que o sol se mostre por inteiro. Rua tranqüila, lá pelas seis horas é que começou o movimento, lentamente as pessoas vão em direção à praçinha ou procuram a Trilha do Cocó.
Cheguei na Toca de Assis, e os velhinhos estavam tomando café. Admiro muito o trabalho daqueles homens, na sua maioria são bem jovens. Cuidam de tudo e sempre estão alegres e disponíveis. Dois deles acompanhavam o café, outro na cozinha cortava a verdura para o almoço, outro engomava. A cada vez que vou visitá-los, vou a capela agradecer a Deus. É uma sala simples com um altar e o Santíssimo fica exposto dia e noite, sempre fica alguém rezando. Fico muito sensibilizada naquele local sagrado. Entreguei a Deus todas as minhas dúvidas, meus medos, minhas inseguranças, meus agradecimentos. Expliquei o por quê da visita naquele dia. O irmão me convidou para participar da missa às 11 hs. Foi um presente, um sinal. Ganhei muitos abraços e um CD de musicas sacras. Cheguei na casa da minha amiga Mirza às 13h. Pedi o porteiro para não avisar, queria fazer uma surpresa. Ela está doente, dependente de oxigênio e já não pode sair de casa. O Juca também se recupera de um trauma craniano há dois meses e tudo é muito lento. Às vezes não me reconhece, mas quando entrei no quarto, abriu um sorriso e falou: oi, Ritinha. Mirza muito feliz, me convidou para almoçar com ela. Quando me despedi, abriu uma caixinha que estava ao lado da cama e falou: "Ritinha esse dia vai ficar marcado." E me entregou uma medalha de Nossa Senhora das Graças que fora da sua mãe. Podem imaginar a minha alegria? Tive vários sinais do amor de Deus nesse dia. Às três horas, voltei em casa, Mila precisou sair e fiquei com o Lucas. Betinha me entregou uma relação dos recados dos que telefonaram. "A senhora não pode falar, mas pode ouvir?"
A tardinha, Mariana chegou do trabalho cheia de novidades e falou, falou e ficou impaciente com o silêncio da mãe. O unico telefonema que atendi foi do Jonas e da Loura, como estavam fora do Brasil não adiantava explicar meu programa. O dia terminou foi uma experiência diferente, gosto muito de conversar e não é fácil ficar muda por horas. Valeu. Fui dormir leve e feliz.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Todos os dias passo por aqui, eh como se procurasse a minha casa, meu lar virtual, minha familia. Como no mundo real, as vezes entro e nao encontro ninguem, nenhuma novidade... hoje foi especial. entrei e encontrei muita gente, muitas historias e principalmente o espirito da minha mae... essa sim eh a Ritinha que conheco, capaz de encontrar uma grande riqueza espiritual em cada simples gesto. Amanha estarei com ela e a casa estara cheia, a familia toda junta, desta vez fisica e espiritualmente. Te amo.
JM

03 julho, 2007 08:47  

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