sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Dona Mirtes

Dona Mirtes, Mirtes, tia Mirtes, Mamãe, Vovó, Mainha, muitas mulheres numa só, alegre, solidária, competente, inteligente, vaidosa, curiosa. Partiu silenciosa, na tarde de quinta-feira, antes do carnaval. Quantos carnavais passamos no Morro Branco, casa lotada, som estridente, adolescentes inquietos e incansáveis. Nada reclamava, só ajudava, sempre preocupada com a alimentação de todos, querendo acompanhar tudo, sem hora para dormir, era a guardiã a nossa matriarca. Gostava de ouvir suas histórias, de ver suas revistas, de admirar suas artes. Sempre que ia a sua casa tinha uma peça nova pra mostrar: cintos, blusas, bolsas, bijouterias, sempre para presentear, nunca para vender, fazia as peças das suas meninas e ampliava a sua generosidade para as minhas meninas. Acometida da doença de Parkinson, não se entregou em nenhum momento, continuou a cada dia criando mais e mais suas bonitas peças.
D. Mirtes deixa muitos exemplos, muito amor compartilhado, muita ternura derramada. Vou sempre tentar me lembrar das palavras da Lívia, quando fomos apanhar a Dani no aeroporto, tão pequena ainda para entender aquele momento, e tão sábia "tia Rita, não precisamos chorar, não vamos ficar tristes, a mainha só mudou de casa". Quanta saudade vamos ter desta mulher verdadeira e corajosa. Deus conforte o coração de toda a sua família, em especial, do Cesinha, tão paciente e solidário com essa sogra que se tornou outra mãe, da minha querida Wal tão contida na sua dor gigante mas corajosa na sua fé, nas suas eternas meninas Daniele e
Laryssa e na pequena Lívia, que conviveu tão pouco com a sua Mainha.


"... virou anjo, passarinho, criou asas, foi pro céu".

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

lembrei de um filme lindo... quaro que tu assista um dia. qualquer tarde vou aí e te conto o trecho. um beijo.

24 fevereiro, 2007 13:26  
Anonymous Anônimo said...

Ritinha,
Você é uma pessoa excepcional, tem sensibilidade, solidariedade, e acima de tudo amor. Obrigado pelo seu apoio, e pelo que vc falou daminha inesquecível mãe. Não sei até quando vou ficar com omeu coração em pedaços´, o tempo passa e a saudade aumenta. Beijos
Wal

27 fevereiro, 2007 14:35  
Anonymous Anônimo said...

É Ritinha,
E ai nao nasceu mais uma estrela e sim uma constelação inteira iluminando o ceu de tanta gente, com sua sabedoria, perseverança, inquietação. Viveu a vida bonita ate o fim sem se entregar ao pessimismo e ao desanimo. Belo exemplo e inspiração pra todas nós. Que a nossa querida Wal sossegue o coração com essa saudade q nao quer passar. Bjo grande pra vs e pra ela

27 março, 2007 17:17  

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